Papai Noel - I

De quem é essa bebida? Perguntei intimamente primeiro, quem sabe eu soubesse antes de precisar exterorizar a pergunta. "É sua, seu idiota", eu respondi pra mim mesmo. Melhor ser chamado de idiota por si mesmo do que pelos outros no balcão. Uma cerveja do outro lado, as vozes, a musica de corno no rádio, as noticias de violencia na TV. E eu com uma roupa de papai noel na mochila.

Podia pagar pouco, mas era legal ficar o dia inteiro sentado, por umas crianças no colo e depois tirar uma foto. Em quantos orkuts será que eu ia parar sem saber? Quantos blogs, twitters, flickr... nossa. Eu ia ficar famoso! Ia ser reconhecido por muita gente como o papai noel do shopping vitória! Seria o começo da minha carreira de ator! Depois viria um convite pra alguma peça de teatro, ainda na cidade mesmo, logo saíriamos em turne pelo estado, mais tarde pelo país... um dia um diretor me veria e me chamaria pra um filme. Depois uma novela, seriado... em pouco tempo eu teria meu proprio programa de auditorio e... paguei a conta e fui embora. Um pouco embriagado, diga-se de passagem.

Emprego

Emprego, bom, não sei vocês leitores, mas eu estou na caça por um emprego tem um bom tempo. Volte e meia vejo que o governo incentiva politicas de inclusão de deficientes, reinclusão de ex-presidiarios, até dá abatimento pras empresas que contratarem esse "tipo" de pessoas. Acho louvavel, sério. Nada contra, acredito que essas pessoas tenham seu potencial, suas capacidades sejam incriveis e coisa e tals...

Mas e nós? Que não temos nenhuma deficiencia fisica/psiquica, que não cometemos um crime e, portanto, não somos ex-presidiarios? Quem lembra da gente? Quem incentiva empresas a contratar jovens (ah, tenho 23, nem tão jovem assim, mas sem experiencia em carteira, só no informal mesmo) que não tem cursos? Que não tem experiencia? Que não tem o famoso Q.I. (Quem Indica)? Fica como? Desempregado? Acho que estamos num momento de mudança e os governos o quê fazem? Ah, dão emprego pra quem mora em comunidade carente (popularmente chamada de favela) o tal do "programa meu primeiro emprego". E eu que estudei a vida inteira em escola publica e sou de familia de classe média? Fico como? Ah desempregado né.

Pois é. E ter uma empresa propria seria uma boa opção... mas como? Não tenho dinheiro, venho de classe média, não possuo recursos pra iniciar uma empresa e gerar empregos. Hum? Trabalhar e juntar grana pra montar uma empresa... ótima ideia, mas... peraí, como? Não tenho oportunidades, não tenho deficiencia, não sou ex-presidiario, não moro numa favela (nada contra quem more, essa cronica é contra o Sistema, não contra uma parcela da população) e não disponho de cursos de renome (ou acham que um certificado da ****** (não vou mencionar o nome da empresa, não tô afim da minha carreira de cronista começar mal, com um processo) vale alguma coisa no mercado de trabalho?).

Daí como não tenho nada disso (cursos, incentivo fiscal pra empresas me contratarem) fico aí, esperando uma chance... esperando... esperando... acho que vou ali roubar alguem, ir preso, daí vou ter mais chance. É.

Problemas

Problemas, todo mundo tem eles. Eu, você, aquele cara ali do outro lado da rua, aquela vizinha chata que tá reclamando da vida, aquele cara com uma faca vindo na sua direção... opa, esse é seu problema! HAHAHAHA

Eu acho incrivelmente interessante e estupido o modo como as cronicas e textos pra esse blog surgem, não são, como disse a Cy, simples "vomitados de palavras". Ninguém tem costume de comentar em meus blogs, daí acabo meio desanimado em postar coisas novas, mas escrever é preciso, o reply (resposta) não é preciso, já dizia o poeta!

Em todo caso... eu estava com um problema na mesa onde fica o PC, eu tinha arrastado ela pro meio do quarto e posto o gabinete em cima da mesa, só que eu precisava por a mesa de volta pra trás... então o quê eu fiz? Empurrei a mesa de volta pra trás, pronto, ganhei 4m² no quarto. Porém a mesa ficou torta, bamba, porque o chão foi feito por alguem apressado que não nivelou tudo e, enfim, ficou beeem torto. Acabou que fiquei 5 dias com a mesa balançando cada vez que eu clicava em algo, ontem olhei pro bloquinho de papel, ele me olhou, olhei pra mesa, pro bloquinho e... arranquei a ultima página do bloquinho (em branco, por sinal, uma das únicas páginas em branco do bloquinho), dobrei, dobrei e coloquei por baixo do pé da mesa que balançava... resultado: em menos de 1 minuto resolvi problemas de 5 dias. Tudo por conta da "preguiça" que me segurava em fazer isso, da correria que não me deixava ver o bloquinho de papel (que, pasmem: fica em baixo do celular!) e eu ficava lá... com a mesa balangandã.

Resumindo essa pasmaceira toda, resolvi que vou aplicar na vida o conceito da mesa: pra que sofrer 5 dias com um problema que posso resolver em 5 minutos? Então, qual o seu problema que vem arrastando? Que tal por ele em cima da mesa e olhar de pertinho, de repente só precisa apertar um parafuso, ou colar um cantinho... ou ainda mudar uma pequena atitude do dia-a-dia pra ter a resolução de problemas que nos acompanham a anos. Pensem nisso. PS.: se aprenderem a mudar o dia-a-dia me ensinem, eu ainda tô tentando isso! >.<

Eleitor-Modinha

Eu tinha prometido pra mim mesmo que não escreveria sobre politica, afinal, qualquer coisa que eu escreva pode ser interpretado como uma opinião partidaria e eu tenho uma posição partidaria definida e conheço o suficiente da história do país pra dizer qual lado é melhor... mas por hoje vou me limitar à escrever sobre o que cheguei à conclusão dia desses, vou escrever sobre o Eleitor-Modinha, também conhecido como Eleitor-Poser.

Ele não tem afiliação partidaria nenhuma, ele tem horror à qualquer partido politico, e o que é pior: acredita no que passa na TV. Veja bem, não que eu não acredite... mas acreditar em politica? Na TV? Já pararam pra pesquisar como aquela TV chegou naquele ponto? Como ela é a maior, ou como ela ainda mantém sua concessão? É tudo politico, ela não mostra os podres de alguem e esse alguem beneficia ela de alguma forma. 

Não vou dar nomes, pois como já disse, eu tenho certa tendencia à pender pra um lado, pois meus pais sempre foram politizados, sempre souberam a verdade por trás da imprensa e eu herdei isso deles. Mas voltando ao eleitor-modinha...

Assim como temos a modinha dos emos, dos coloridos, dos darks entre outros nessa época o quê mais aparece é eleitor-modinha... aqueles que não entendem merda nenhuma de politica dizendo que determinado candidato é melhor simplismente porque deu na mídia que o outro é a "reencarnação do mal" (não, isso não sai assim, explicito, mas pra bom entendedor meia palavra basta), e outra coisa que tenho reparado, sobretudo nos jovens (até 30 anos ainda é jovem pow u.u) é que eles veem que no passado seus pais, tios, avôs lutaram contra o regime da ditadura, batalharam pelas diretas, correram atrás de mudar a história do país... inconsciêntemente eles veem isso e pensam "poxa, os velhos revolucionaram total, vamos revolucionar também! Fora com o sistema!" Mas peraí... que sistema? Protesto fail! Até a época das eleições (a desse ano mesmo, porque nas anteriores os jovens não tinham a internet como ferramenta) a unica revolução grandiosa que esses jovens queriam era na sua conta bancaria ou na velocidade da internet ou no novo celular MP958, mas daí aparece as eleições e acende aquele brio no jovem... ele pensa "é agora!" e começa a disparar contra o que tá na frente como se isso fosse revolucionar o planeta! Vão se ferrar! Vão ler a história politica do país, vão estudar história da ditadura! Vão ver quem estava do lado do povo e quem "fugiu" pro exilio!

Antes que venham comentando que sou pró-fulano ou anti-ciclano deixo claro que não é com intuito de pedir voto pra A ou pra B que escrevi essa crônica, foi mais pra ver se você, jovem eleitor acorda e começa a ver a verdade por trás das noticias, começa a ir atrás pra ver se o quê falam de determinado candidato tem fundamento ou é só boato! Porra, temos o google pra que? Pra procurar pornografia? Joguinho? Blog com filme??? Seja um eleitor consciênte e não mais um tapado eleitor-modinha! Não se baseie em um site só de noticias, procure outros, existem diversos portais noBrasil que cobrem as eleições com mais imparcialidade que a ***** e a **** (me recuso a falar o nome de ambas publicações, pura e simplismente porque não é necessário dar nome aos bois), só uma pena que canais de TV não se tem muita opção, ou cai no fogo ou na frigideira...

Nessa eleição prove que você não é mais um eleitor que segue o que a mídia diz pra seguir, "não
seja condenado à votar em canastrão" (Rita Lee - Obrigado Não). Prove que você tem personalidade e que não vota cordeirinho seguindo a moda, seja um Eleitor-Consciente e não um Eleitor-Modinha!

Dissimular

Desde muito cedo aprendemos a mentir e a dissumular (não é a mesma coisa? Esse cronista está com preguiça de pegar o dicionario, sedentarismo é uma bosta mesmo) algo pra obter algo maior, é da especie humana. Dissimulamos uma doença incuravel pra não ir pra aula, dissimulamos não gostar de uma pessoa pra poder ficar com aquela que queremos, dissimulamos que não estavamos colando, que nem tinhamos reparado o caderno ali embaixo aberto. Não se sinta mal se já passou por todas essas situações, é da natureza humana isso! Eu mesmo já dissimulei tanta coisa, pra tanta gente, que tem horas que não lembro qual era o "personagem" que falava com aquela pessoa. O problema maior, agora, é que as pessoas dissimulam pra si mesma, elas não querem ver a verdade, afinal, pra que? Nesse instante que lê pensa em comentar algo xingando, mas vai dissimular e dizer que tá legal o post.

Dissimular coisas simples do dia-a-dia é normal, não me sinto mal por dizer que minha mãe tá bem vestida, ou que um texto que me mandaram tá perfeito... não que não estejam bons, mas é que sempre acabo achando que falta algo mais, eu sou chato com os meus escritos, imagine dos outros! Também não é raro eu receber photoshopagens de várias pessoas... normalmente estão bem feitas, muito bem feitas, mas tem algumas que, pra não desestimular a pessoa, eu dissimulo e digo que tá lindo, perfeito. Mas isso são situações habituais e que não fazem tanto mal... embora eu ache que vá perder alguns amigos com essa crônica, mas se não souberam ver além da crônica o autor o problema é delas! Eu vou seguir com a dissimulaçãozinha nossa de cada dia...

Porém (aprendeu já? Tudo que vem de mim tem um "porém", prefiro o "porém" ao invés do "mas" por ter mais peso e deixar a leitura com mais ênfase) há quem dissimule coisas mais... como posso dizer... hum... sentimentos. Isso não é certo, pois dissimular um sentimento (seja ele amor ou ódio, no fim das contas dá no mesmo) é brincar com outra pessoa. Uma coisa é dissimular à respeito de algo ruim que uma pessoa fez hoje e pode estar mal feito (seja mal feito mesmo, ou a minha percepção que está "desafinada" hoje), outra, bem diferente, é dissimular um sentimento que, por definição é bem mais que uma simples palavra. Sentimento (no caso do amor) é o que move esperanças, sonhos, desejos e, futuramente, dores. Dissimular ódio até não é ruim, embora fingir que odeie uma pessoa quando a ama pode ser extremamente desastroso quando se vê a pessoa "odiada" de namoro com outra pessoa.

Claro que a crônica é uma grande dissimulação, uma invenção, uma grande mentira. Eu mesmo estou aqui, dissimulando que escrevo...

Download

às vezes fico pensando no amor perfeito, pra mim, como um download... tudo vem perfeito, numa velocidade boa, quando tá em 99% a conexão cai e o link expira, daí você precisa sair procurando outro link.. e isso demora. Quando eu finalmente acho um link o servidor é o pior possivel, vem bem devagar, mas tudo bem, vou rezando pra conexão não cair e sempre que chega a 99% ela cai.

Não que eu seja chorão demais, ou exija demais, eu apenas queria terminar meu download em paz e tranquilidade. Mas cada dia que passa a taxa de transfêrencia só piora... mas continua baixando, porém (sempre ele!) quando está chegando, sempre acaba caíndo, se em 90%, 96% ou 99%... tanto faz.

Sabe quando você espera pra baixar aquele filme que ficou meses esperando? Que você viu todas as fotos da produção, viu os Hotsites, viu TODOS os trailes e cenas que vazaram na net, mesmo aquelas legendadas em japonês tu viu, e quando, finalmente aparece pra baixar você começa a baixar ânsioso, tá vindo bem... o link é ótimo, sua conexão a mais estavel do mundo... terminou de baixar! Festa! Você abre e... sem as legendas! Você acha outro link, certifica que tem as legendas, afinal quer entender o filme... sofrido mas baixa enfim, mas hein? A qualidade da imagem é péssima.. alguem gravou no cinema e upou! Que bosta, só tem cabeças na frente da imagem! Quando enfim acha um link do DVD-RIP em PT-BR (gravado do DVD em Português-Brasil)... o servidor é o pior, mas tudo bem, o filme compensa! Go go go! Lá vem... 97%, você já roeu todas as unhas, já ouviu trezentas e quarenta e duas vezes a trilha do filme, já repassou todas as imagens e trailers só de ansidade, 98% você estourou pipoca, ficou sofrendo pra entender as instruções de como instalar o Home-Theater no PC mas finalmente instalou... 99%, corre buscar um guaraná, quando volta tá quase lá, ultimos MBs... tensão grande e... as luzes do modem se apagam, sua conexão caiu e seu download já era.

Irritante. E o exemplo mais ainda, eu sei. Mas é assim que vejo o amor perfeito. Algo lento e que sempre vai acabar caindo, mais cedo ou mais tarde. Se for mais cedo ótimo, tem mais tempo pra se começar outro... se bem que...

E se o amor perfeito for um Sistema Operacional (tipo o windows), cheio de coisinhas pra baixar a parte e eu estar baixando justamente a versão completissima até com lupa (sério, existe um recurso de lupa no windows, pra pessoas de mais idade poderem usar também) e eu baixando a full sendo que existem diversos links em bons servidores com versão menor... vamos tentar esses daqui...

Fila do Açougue

essa é meio antiga, eu tinha prometido pra mim mesmo escrever uma crônica nova sobre o amor... massssssssss não saiu, então vamos com essa velha que escrevi à alguns anos na fila do mercado...

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Uau, que fila!

Quantos tem na minha frente... 'um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez... onze!' Onze pessoas na minha frente. Provavelmente atraidas pelas mesmas ofertas que eu. Bah, maldita televisão que "propagandeia" os preços e lota as filas dos açougues.

Aquela 'tia' ali na frente ta comprando meio estoque... assim não vai ficar nada pra gente aqui atrás.

Ahhh agora não sou mais o ultimo, entrou uma moça atrás de mim. E que moça... morena clara, roupa de ginastica, cabelos longos, coxas bem torneadas... uma maravilha de mulher. Vou puxar assunto... mas, o que falar? "Os preços estão bons né?" Nããão... isso não! "ê fila hein..." não, isso também não... os outros "participantes" da fila poderiam se sentir ofendidos e passar a me olhar torto.

Menos duas, agora um homem aparentando seus quarenta, quarenta e cinco anos está escolhendo seus "pedaços de cadaveres". Solto um riso, a gente se alimenta de outros seres mortos... portanto a gente come cadaveres! Depois passa uma matéria na televisão em que determinada tribo do oeste de algum país da Africa come carne humana e todos ficam horrorizados. A gente "normal" não fica nada atrás, apenas comemos outros cadaveres.

Hum... esta aí, podia puxar esse assunto filosofico com a moça atrás de mim. Nãão, ela faz academia. Não deve nem ter se dado conta que comemos cadaveres, nem deve ligar. E além do mais ela não vai nem entender o assunto e vai ficar achando que sou louco.

O homem saiu, entrou no seu lugar uma senhora de, no minimo, sessenta anos. Coitado do açougueiro, tem que debruçar por cima do balcão pra ouvir a senhora. Ela compra um saquinho de cadaver e vai embora feliz.

Volto a olhar para minha "deusa morena". Olho discretamente, claro. Mas se ela encrencar eu digo que sou estrabico, que na verdade eu estava olhando para a prateleira lá do outro lado, tentando, em vão, ler o preço do pão de forma.

Já sei!!! Vou perguntar as horas. Ótimo! Como não pensei nisso antes? Olho para o meu relogio no pulso. Faço uma careta. Trago-o proximo do ouvido finjindo que a pilha acabou. "Droga" digo baixinho, mas alto o suficiente pra "minha" morena ouvir. "Que horas são, por favor?" digo olhando fixamente pra ela. Ela abre o celular que até então eu não havia percebido, lê o horario. "Seis e trinta e quatro..." senti que não fui só eu que pensava em puxar assunto mas não sabia com o que. "Obrigado..." respondi olhando firme nos olhos dela com um pequeno sorriso de agradacimento. "... nada" disse ela. "Nada"??? O que ela quis dizer com "nada"? ahh sim... "nada" de "disponha".

Dou um riso pequeno enquanto me viro pra ver a quantas anda a fila da carne. Mais uma, duas, três... quatro pessoas ainda.

Me viro para a moça que ainda não sei o nome. "fila demorada..." "pois é... mas olha atrás de nós... -ela disse 'nós', então já somos um só- tem muito mais gente." "Verdade..." respondo ainda não acreditando que eu e ela já somos um só. "Próximo" ouço a voz caracteristica do açougueiro. Não, ainda não é minha vez. Penso em puxar outro assunto, esse durou muito pouco. Me viro pra ela afim de perguntar se ela tem onde jantar hoje. Assim que me viro um homem se aproxima dela. Vem olhando fixamente pra ela. "Irmão..." eu penso. O homem, já chega dizendo "oi amor...". Droga, ela não é solteira! Dou as costas a ela em protesto. Sim! Eu estava bravo! Por que ela não disse que era comprometida antes da gente se envolver? Minha vontade era pegar a faca mais afiada do açougueiro e cravar nela.

"Próóóximo" minha vez. Desperto da minha, fertil, imaginação, compro meus cadaveres em bifes finos e saio para o proximo comprar seu cadaver.

Corinthians

Primeira crônica desse blog é uma crônica que escrevi dia desses, quarta é aniversário do Corinthians, então escrevi essa crônica pra ele!

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Não escrevo isso com o objetivo de difamar as outras torcidas, não... meu objetivo é mais... poético! Desculpe Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo... mas escrevo como corinthiano desde que me entendo por gente. Sim. Não sei se eu já nasci com isso no sangue (meu pai é corinthiano) ou se comecei mais tarde... me lembro em 93 (olhe que tenho pouquissimas lembranças dessa época em que eu tinha uns 5 anos) de uma final que um time de branco enfrentou um de verde... um amigo do meu pai ficou rindo e tirando sarro, mas eu, não sei bem porque, gostei do time de branco. Mais tarde, já em 95, eu já era Corinthiano de verdade, vivi o titulo da Copa do Brasil em cima do Grêmio. Lembro de minha mãe reclamando do volume da TV e meu pai reclamando dela, naquele ano meu pai tinha um fusca branco, ano 81 com um som até bem forte pros padrões dele. E eu tinha um CD de Sambas-Enrredo da gaviões que a ultima faixa era o hino do Corinthians... naquele dia aprendi o hino inteiro! Minha bandeira voava pela janela afora tremulando numa carreata com mais de 40 carros buzinando até de madrugada... e olha que era uma cidade pequena, de uns 3 mil habitantes!

Depois o brasileiro de 98 e 99... muitas buzinas. Começo de 2000, um mundial interclubes, Corinthians e Vasco na final... Edmundo (eu achei recentemente uma locução do Eder Luiz, de não sei qual rádio, realmente emocionante a narração dele!) na bola e... Corinthians, Campeão do mundo! Esse dia lembro que fui dormir bem depois das 2 da manha... aula amanha? Dane-se! Eu sou Corinthians e quero comemorar! Depois o paulista de 2001 foi meio sem graça... meio cinza, não pelo Corinthians, mas pela saída do meu pai de casa, eu não conseguia comemorar, não tinha como... 2002 Paulista e Copa do Brasil comemorei com amigos, meu pai já estava na estrada... comemorei, o Corinthians era o quê me apoiava naquela época. 2003 vacas magras... 2004 também. Mas em 2004 meus pais fizeram as pazes e fomos morar em Rio das Ostras... reduto de flamenguistas e eu com a camisa do Corinthians na rua!

2005 aquele timaço ganhou o brasileiro, quem ligava de onde vinha o dinheiro? 2006 eu voltei a abandonar um pouco o Corinthians, aquela época eu não conseguia pensar em nada, nem na minha maior paixão. 2007 parecia que o time me seguia, jogando mal... 2007 a queda. Ainda me lembro da cena, o ultimo jogo, precisava ganhar, ganhou. Precisava torcer pro Goiais perder, ele ganhou. Naquele dia eu estava com meu rádio de pilha na praia... lembro que caí de joelhos e fiquei lá apenas sentindo muita dor que eu não sabia de onde vinha. Na noite daquele dia eu estava desolado, mas mesmo assim coloquei no avatar do MSN a bandeira do Corinthians, no dia seguinte a bandeira foi pra janela e a camisa veio pro peito! Eu sentia muito orgulho de ser Corinthians, mesmo estando na série B. 2008 a redenção! Eu cantei o ano inteiro "Eu nunca vou te abandonar porque eu te amo!". Não tinha medo de gozação, eu era Corinthians e ninguem tinha nada com isso! Por falar nisso... quem ganhou o campeonato brasileiro da série A em 2008? Nem lembro, lembro da imprensa toda falando do acesso do Corinthians... 2009 veio o Ronaldo. Aquele mesmo da seleção, o Fenomeno! Levamos o paulista e a copa do Brasil daquele ano, foi bom demais! Comemorei muito! Não na rua, mas ainda assim...

E eis que agora chegamos aos dias atuais... vejo que não estive na invasão do Maracanã em 76, não vi o fim do jejum em 77... não vi o brasileiro de 90, os anos de Vicente Matheus, Socrates... mas vi Marcelinho, vi Tevez, vi Ronaldo! Vejo alguns videos dos jogos antigos e me emociono, dia primeiro de setembro, é o dia em que vou vestir minha camisa do Corinthians, colocar a bandeira na janela, mudar a foto do Orkut, demonstrar de todas as formas o meu amor por você, Corinthians. Não tem explicação, é mais que uma paixão, é mais que uma devoção, é um amor incondicional que cresce a cada dia! Como dizia o canto da torcida em 2000, canto ele agora com todas as forças do meu coração: Corinthians minha vida, Corinthians minha história, Corinthians meu amor!