quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

distração

Não é autoral, antes que pensem nisso. É só a primeira escrita no ônibus voltando do curso.


Seu rosto distraido com o movimento lá fora. O banco do ônibus não era dos melhores, mas, do jeito que estava cansada ela não ligava. Os fones enterrados no ouvido, o reflexo na janela. A musica em seus ouvidos era um mistério. Também pouco importava. Para um observador mais incauto ela não passaria de mais uma passageira com seus fones. E era mesmo. Ela deixava a vista desfocar de quando em quando por gostar daquela sensação de imagem borrada. Agora era sua rotina estar ali todo dia. Esse ônibus viraria presença constante em sua vida... não exatamente em sua vida, mas nos proximos anos pelo menos. Ficou imaginando quantas vezes passaria pela ultragás. Pela barraquinha do Élcio que exalava um cheiro muito bom de comida. E ela sem comer desde as 17 horas. Injustiça. Mas, quando chegasse em casa, pensava ela, cozinharia alguma coisa, quem sabe esquentaria uma água, faria um miojo qualquer e comeria bebendo suco. Essa seria sua rotina, se acostumar ou morrer tentando.