domingo, 25 de março de 2012

Tudo acaba

Tudo acaba um dia. Começo com essa verdade absoluta. Sim, absoluta, não se pode mudar isso. Não importa se é um seriado, uma novela, o sorvete de flocos ou um relacionamento. Tudo vai, inevitavelmente, acabar um dia. Não venham dizer que o tempo é eterno, pois nem o tempo é eterno e nem é constante. Constancia. Outra coisa que não é uma ciência exata, mas não vou falar dela, pelo menos não agora.

Acontece que esses dias em meu curso estudavamos sobre como vencer o tempo (ou, como disse o professor: a fome de Kronos) eu e a outra escritora da minha turma (no caso, a Camila, que tem seu blog linkado ao meu aqui do lado) chegamos a conclusão que pra vencer o tempo precisavamos produzir algo artistico... no final a maior conclusão é que a pessoa teria de se tornar praticamente um Deus no que faz. Mas, mesmo assim, um dia vai acabar, junto com tudo o que conhecemos.

E aí volto a frase que iniciou essa postagem, tudo acaba um dia. Se acaba pra se remodelar em outra coisa, se acaba pra evoluir ou se acaba simplesmente por acabar... só no fim se saberá.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sentir

"Sentir" talvez seja a coisa mais complicada de se fazer quando se quer escrever algo, não sentir com os cinco sentidos, mas sentir por dentro. Essa é a coisa mais dificil e que impede esse blogueiro aspirante a escritor de postar mais vezes, eu sei o que sinto, eu sei como me sinto, mas na hora de passar pro "papel"... a coisa complica. São palavras que fogem (na hora que escrevi lembrei da Cecília Meireles com seu "palavras, ai palavras, que estranha a potência vossa!"), e acabam me deixando na mão justamente na hora que eu gostaria.

Muito provavelmente, porém, a falta de palavras só queiram dizer que o que sinto não tem explicação. Não existem palavras ainda para descrever - ou as palavras não maduraram - o que sinto. Sentir mesmo não é algo que dê pra explicar apenas com esse projeto de crônica ou um conto elaborado. Se quando você pega aquele livro que todo mundo está comentando e não achou tudo isso, sinal que você não sentiu o que o livro quis dizer. Assim é com essas "coisas" que posto aqui. Se não achou tão bem escrito, sinal que não sentiu o que quis dizer... o mesmo vale com coisas que leio por aí e acabo não comentando. Sinal que não senti o que o autor (ou autora) quis dizer. Não quer dizer que não gostei, longe disso, eu apenas não consegui me embrenhar na mente de quem escreveu.

Claro, há várias formas e níveis dos "sentires", mas isso é papo pra outro dia, quando eu estiver sentindo ideias melhores (sentir-me inspirado).

segunda-feira, 12 de março de 2012

chá

Madrugada insone e eis que surge uma "crônica-com-cara-de-carta-conto" escrita por mim e pela Jéssica ao som dessa música aqui.



Músicas lentas assim assim me lembram uma quinta feira de outono, uma xicará de chá, na janela olhando a lua e relembrando dos bons momentos que se viveu com alguem que foi embora. um olhar perdido no meio de um quintal encoberto por folhas secas de árvores que há muito deram seus frutos... somente em outra estação, com alguém que adoçava uma vida, e agora o chá é apenas uma tentativa frustrada de adoçar o que jamais deixará de ser amargo... pois ele partira.

E o chá esfriando até ficar completamente frio, perdeu seu objetivo inicial de me aquecer, perdeu o seu doce, pois minha cabeça anda completamente perdida, me esqueci do açúcar. Droga, desde a partida dele, eu fiquei mais perdida. Onde eu estava mesmo? Ah sim, em casa. E por que? Esperar a volta dele, claro. Algo no vento sussurrante em meus ouvidos, o mesmo que balança as folhas lá fora, me diz que ele não irá voltar. E pede a mim desculpas por te-lo arrancado de mim. Eu nada digo, queria açúcar no meu chá.

Suspirei dando um gole no chá. Intragavel. Gelado, sem açúcar. Que droga era essa? O quê aconteceu comigo? O vento sussurrava respostas, mas, ainda assim elas não me satisfaziam. Joguei o restante do chá fora. Melhor ficar só na companhia do vento e da Lua. Dei-me por vencida, agora era o sono quem chegava. "Sem você, tudo fica fora do lugar." Balbuciei e, por fim, calei.

Quando calei foi que ouvi o ranger no assoalho de madeira que havia na sala. Apurei o ouvido "mas o que...?". Será que era algum ladrão? Deixei a caneca postada à janela indo na direção do ranger do assoalho - inconsequência ir ao encontro do desconhecido em pleno escuro? Talvez - que agora se misturava ao som de passos. "Que... quem está aí?" falei com a voz embargada de medo. Foi quando a luz se acendeu. Cegueira temporaria. Sorri. Foi então que vi, com o mesmo sorriso e as flores nos braços de sempre, mas não era como sempre, era diferente agora. Ele havia voltado.

sábado, 10 de março de 2012

estrelas

Atravessei sem olhar para os dois lados da rua achando que essa rua era de mão única. Ao ouvir uma buzina tive a certeza que não era. Droga. Apressei o passo, queria chegar o quanto antes. O quê diria? Pediria pra entrar ou me sentaria no batente da porta esperando que ela, por mero fruto do acaso, abrisse a porta? Tantas dúvidas e apenas mais um quarteirão pra caminhar em passo acelerado. De longe o prédio dela se destacava, inteiro num tom salmão. O olhei inteiro diminuindo, levemente, o ritmo dos passos. No alto havia uma grande antena - ou seria um pára-raio? Nunca soube ao certo - que apontava para o céu azul escuro, pontilhado das primeiras estrelas da noite. O porteiro, ao me ver, sorriu já abrindo a porta. Me deu seu boa noite mais polido e já foi chamando o elevador. Aquele número congelado naquele visor vermelho. Alguem estava segurando o elevador no sétimo andar. Passaram-se dez segundos. "Deixa". Balbuciei ao porteiro já indo para a escadaria. Os primeiros andares subi saltando os degraus, mas, os
últimos dois foram me arrastando. Cheguei no andar do apartamento dela. Eu não tinha decidido se bateria ou me sentaria no batente. Droga. A porta dela era a única que tinha um tapete - que eu havia dado -, com desenho de borboletas, escrito "Bem Vindos". Sorri ao ver o tapete. Se escolhesse me sentar no batente não ficaria no chão frio. O tapete me serviria de... de... de tapete mesmo. Balancei a cabeça negativamente pros lados pensando que o tapete seria feito de tapete. Imaginei o tapete reclamando que ele só foi feito para ser pisado, não sentado. Que pensamento idiota. Credo. Assim que me aproximei a porta se abriu e todas as dúvidas evaporaram. Oitavo andar. Faz sentido ela morar tão alto. Afinal, as estrelas vivem no céu, não é? Meu sorriso cansado foi brindado pelo sorriso aconchegante dela, um passo para o lado e o "vem" me fez entrar. Não bati, não me sentei no batente. Não fiz o tapete se rebelar. Agora não havia mais nada entre mim e as estrelas. Não as do céu, aquelas brilham pouco, mas as estrelas no olhar dela.

domingo, 4 de março de 2012

o impossivel

Mais cedo, conversando com minha amiga de longuissima data Fê, fomos parar no assunto de namoro e tal, acontece que fomos parar na pergunta "qual o seu tipo de mulher?", falamos mais um pouco, eu (pra variar) cantei algumas músicas e citei uma frase de um filme (Velozes e Furiosos 4) em que o cara (no caso o Dominic Toretto (Vin Diesel)) fala qual o seu tipo de mulher, vou colar aqui:

"Tudo começa com os olhos, ela tem que ter o tipo de olho que vê mais que mera futilidade, vê o bem em alguem, 20% anjo e 80% demonio, com os pés no chão, uma mulher que não tenha medo de sujar as mãos com graxa de motor."

Porém ocorre que essa mulher é praticamente inexistente, aí fomos parar no tema que gostamos de pessoas impossiveis. Foi quando lembrei (lembrei pelo fato de estar ouvindo) a música dos Paralamas "o impossivel é meu mais antigo vício". Me peguei pensando nisso de impossivel, alguem me disse certa vez que achar que algo é impossivel é já ter uma desculpa pra não correr atrás. Mas não é assim. Eu sei que essa mulher existe em algum lugar e sei que escrevo muita bobagem, ando muito emotivo é verdade, mas é assim que sou. Quanto à existência dessa menina-mulher que tenha a maturidade para reconhecer os problemas que, realmente, valem a preocupação e que, mesmo assim, não perca a leveza no olhar e o sorriso, mesmo que fino, nos lábios ao fim de um dia ruim. Impossivel acha-la? Rá, vou seguir com minha fé de que um dia a encontro.